Ministro da Cultura vai ao BNDES pedir reativação do Procult

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, pediu aos conselheiros do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a volta do Procult, linha de financiamento para cadeias produtivas da economia da cultura, que expirou em junho deste ano. O pedido foi feito durante a reunião desta sexta-feira (11), no Rio de Janeiro (RJ).
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O Procult oferecia financiamento a partir de R$ 1 milhão para investimentos e planos de negócios de empresas da economia da cultura, como audiovisual, editorial, música, jogos eletrônicos e artes visuais e performáticas.
Os resultados foram muito expressivos em termos de geração de renda e resultados, na avaliação do ministro.
Entre 2007 e 2016, foram aportados R$ 1,7 bilhão por meio do programa, tendo sido geradas 93 operações com empresas da área da economia criativa.
A taxa de inadimplência histórica nessa linha foi de 1,28%, abaixo da média.
“Estamos falando de empresas pequenas e médias, em sua maioria, e que, inclusive por conta dessa relação com o BNDES passaram a se estruturar e a ter um sistema de governança muito mais adequado, além de aumentar sua produtividade”, relatou.
Os conselheiros do banco disseram que o assunto deve ser incluído na pauta da próxima reunião.
Média salarial maior
Sérgio Sá destacou a dimensão econômica das atividades culturais, responsáveis por 2.64% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com destaque para os estados de São Paulo (3.9% do PIB) e Rio de Janeiro (3.7%).
Também foi ressaltado que o setor é responsável pela geração de 850 mil empregos, além de impactar indiretamente atividades satélites e correlatas.
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Citando o IBGE, ele explicou que as atividades culturais ainda apresentam uma média salarial mensal bem acima da média da economia brasileira.
“Estamos falando de um salário médio de R$ 6,270 mil para uma média nacional de R$ 2.451 reais”, disse.
Na avaliação do ministro, o conjunto de atividades do setor cultural já tem um peso econômico maior que o da indústria têxtil, farmacêutica e de eletroeletrônicos, que são setores mais tradicionais da economia e, inclusive, objeto de desenvolvimento de políticas industriais e renúncia fiscal.
“Embora a renúncia fiscal na Cultura tenha sido alvo de controvérsia, ela representa apenas 0.66% do total da renúncia fiscal do Estado brasileiro hoje”, afirmou.
Outro destaque do setor cultural é o grande apelo que o segmento tem sobre a juventude. “Até 29 anos, temos 20% de jovens que não trabalham e nem estudam.
Essa geração não se sente atraída pelas atividades econômicas tradicionais. As atividades criativas são, sem dúvida, uma alternativa muito interessante”, defendeu.
O ministro finalizou ressaltando a importância do BNDES para fomento ao setor cultural e dizendo que há muitos pontos de sinergia entre o MinC, nas áreas de economia criativa, e a ação do banco.
Ainda no banco, o ministro participou da cerimônia de posse dos diretores Carlos Alexandre Jorge da Costa e Carlos Tadeu de Freitas Gomes.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Cultura